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Evento contou com a presença dos Governadores Renato Casagrande, Eduardo Leite, Mauro Mendes e Fátima Bezerra (online)

Lançamento marca momento importante na articulação internacional da governança subnacional climática e socioambiental

A iniciativa Governadores pelo Clima (GPC), articulada pelo Centro Brasil no Clima (CBC), lançou hoje, em Glasgow, durante a COP26, o Consórcio Brasil Verde. Com a presença de Renato Casagrande, Governador do Espírito Santo e coordenador da iniciativa; de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, de Mauro Mendes, Governador do Mato Grosso, e participação, por vídeo, de Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte, o Consórcio Brasil Verde foi apresentado em evento aberto por Guilherme Syrkis, Diretor Executivo do Centro Brasil no Clima, e Ana Toni, Diretora Executiva do Instituto Clima e Sociedade, e teve ainda a participação de Marcos Penido, Secretário Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, e Marina Marçal, Coordenadora do Portfólio de Política Climática e Engajamento do Instituto Clima e Sociedade.

O Consórcio Brasil Verde surge a partir da certeza dos 25 integrantes do Governadores pelo Clima de que a liderança subnacional é imprescindível para o desenvolvimento de uma economia inclusiva, regenerativa e descarbonizante. A criação do Consórcio foi aprovada assim como um fundo único de investimentos que visa a captação de recursos de financiamento climático para a redução de emissões e incentivo à geração de energias renováveis. Um Consórcio que se fortalece frente ao alinhamento de compromisso da NDC brasileira e marca um passo importante na articulação internacional da governança subnacional climática e socioambiental no país. O evento de lançamento destacou a apresentação de um portfólio de projetos regionais associados à criação do Consórcio e a promoção de canais de troca de experiências entre membros dos Governos Estaduais brasileiros e possíveis financiadores e parceiros internacionais

“Nossa intenção não é substituir o Governo Federal, mas cooperar. O Governo Federal assumiu compromissos importantes. Mas precisamos ver ações práticas. Não podemos apenas cobrar do Governo Federal, os Estados também têm responsabilidades em zerar a emissão de carbono. A partir do lançamento do Consórcio Brasil Verde, nós temos possibilidades reais de receber financiamentos para as políticas que vêm sendo adotadas nos Estados. Lembrando que as mudanças climáticas estão aí e seus efeitos são mais graves para os mais pobres”, ressaltou Renato Casagrande, Governador do Espírito Santo e coordenador do Governadores pelo Clima.

Ao longo de 2021, os chefes dos executivos estaduais, que integram a coalizão, vêm participando de uma série de encontros regionais e articulações internacionais. Em abril, o grupo enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propondo o desenvolvimento de um pacto que crie “a maior economia de descarbonização do planeta”.

“O Governadores pelo Clima surge em 2019, logo após a eleição de Jair Bolsonaro, que ameaçou retirar o Brasil do Acordo de Paris, assim como Donald Trump havia feito nos Estados Unidos. Um movimento que ocupou um vácuo, principalmente diplomático, deixado pelo Governo Federal e começou a trabalhar muito próximo dos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e de outros países. E que, além disso, iniciou a demarcação dizendo que sim, no Brasil, mesmo que o Governo Federal não queira, os Estados avançarão nas pautas ambientais e relacionadas às mudanças climáticas. Esse movimento cresceu, já temos 25 governadores, e amadureceu e, hoje, com a participação de três governadores, foi lançado, na COP26, o Consórcio Brasil Verde, que estará aberto para receber investimentos de financiadores internacionais. O objetivo é que os Estados possam tirar do papel programas e projetos para avançar suas agendas climáticas”, explicou Guilherme Syrkis, diretor executivo do Centro Brasil no Clima.

Para Eduardo Leite, Governador do Rio Grande do Sul, o lançamento do Consórcio Brasil Verde reforça a importância da mobilização da sociedade civil e dos governos subnacionais. “As questões climáticas não respeitam fronteiras e o Consórcio, com a participação de 22 governadores, com potencial para alcançar a totalidade dos executivos estaduais, é fundamental para que passemos a contar com uma estrutura de governança, a partir do apoio de organizações do terceiro setor, e com iniciativas para o compartilhamento de dados”, destacou.

O Governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, reforçou que seu Estado está trabalhando com uma agenda ambiental, com 12 eixos, visando zerar as emissões de carbono até 2035. “Apresentamos uma série de ações, que já estão em andamento, e estabelecemos metas a serem cumpridas. Entendemos que o desafio agora é avançar e unir o mundo. E os países ricos precisam comparecer com mais recursos. Os recursos de US $12 bilhões anunciados não são suficientes para o que está em jogo neste momento”, lembrou.

Ana Toni, Diretora Executiva do Instituto Clima e Sociedade, reforçou, em sua fala de abertura, que Governadores e Prefeitos têm papel fundamental na implantação de uma agenda relacionada ao combate às mudanças climáticas. Ela destacou que se dará pelos governos subnacionais a implementação de ações para o atingimento de uma maior contribuição brasileira para redução das emissões globais. “São eles que podem fazer a luta contra as mudanças climáticas virar realidade no dia a dia das pessoas”.