Guilherme Syrkis defende gestão moderna de resíduos sólidos, em que lixo é ‘um capital’
O grave problema da ocupação ilegal da Mata Atlântica pelo crime organizado foi trazido ao debate pelo ambientalista Guilherme Syrkis, diretor executivo do Centro Brasil no Clima (CBC). Ele destaca que essa é uma grande preocupação ambiental e uma grande questão de segurança pública difícil de resolver.
– A gente tem um problema muito parecido com o da Amazônia: o desmatamento grande está ligado a lavagem de dinheiro do narcotráfico, drogas e armas. A maior parte do desmatamento da Mata Atlântica é usurpação de terrenos de área de preservação permanente de que a milícia está tomando conta.
Um outro problema urgente a ser enfrentado pelo estado é o destino dos resíduos sólidos. Syrkis defendeu um “debate maduro” sobre o tema, com modelos de consórcio modernos e visão integrada, em que o lixo seja “pensado como um capital”. O diretor do CBC elogiou a decisão do Governo do Estado de dar prioridade ao saneamento básico e lembrou que o clima “não pode ser dissociado da questão social: é clima e social, social e clima”.
A necessidade da redução da emissão de gases do efeito estufa, especialmente pelo grande peso do setor de energia na economia do estado, também foi destacada:
– Tenho conversado muito com a indústria de petróleo e gás. A gente vai ter que agir rápido, não dá para ficar deitado em berço esplêndido achando que vai continuar tendo royalties e essa quantidade enorme de empregos, Passaremos por uma transição. Sou entusiasta da refinaria do futuro, para produzir bioquerosene de aviação, biodiesel e hidrogênio verde aproveitando a atual infraestrutura.
Syrkis informou que uma em cada cinco mortes prematuras no mundo é relacionada a problemas respiratórios devido À poluição.
– Precisamos pensar em ônibus elétricos, por exemplo. Eles são um grande desafio em termos de financiamento, mesmo assim a gente tem que buscar formas de viabilizá-los.
Fonte: Jornal O Globo
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