Com os delegados de quase 200 países aprovando a adoção de um novo fundo para ajudar as nações em desenvolvimento…
O ano de 2023 foi considerado o mais quente da história do planeta, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), com o registro de eventos climáticos extremos recordes na América Latina e no Caribe. No Brasil foram registrados 12 eventos, sendo nove deles considerados incomuns e dois sem precedentes. Além disso, cinco ondas de calor, três chuvas intensas, uma onda de frio, uma inundação, uma seca e um ciclone extratropical foram reportados para a OMM.
Ao todo, no ano passado, 11 milhões de pessoas foram afetadas diretamente e 909 morreram em decorrência dos efeitos dos eventos climáticos na América Latina. As enchentes foram responsáveis por 53% das mortes. O clima extremo na região gerou um impacto econômico de US$ 23 bilhões, sendo que as chuvas torrenciais representaram 66% dos danos. Em 2024, o cenário segue o mesmo, com destaque para as enchentes e inundações ocorridas no fim de abril e começo de maio no Rio Grande do Sul, que contribuíram com o que foi considerada uma das maiores catástrofes climáticas da história do país. Tais eventos evidenciam a necessidade latente da promoção de políticas de adaptação e de perdas e danos para que a população esteja protegida dos eventos climáticos extremos que devem se tornar cada vez mais recorrentes. Afinal, as mudanças climáticas afetam os estados brasileiros em diferentes níveis e os aspectos sociais, políticos, ambientais, econômicos e históricos estaduais são distintos. Assim, é necessária a adoção de diferentes estratégias para cada região e a promoção do diálogo com atores locais.
Com o intuito de apoiar a participação ativa dos governos subnacionais brasileiros na COP29, o Centro Brasil no Clima (CBC) elaborou este documento orientador, que contextualiza as principais pautas da conferência, o posicionamento do Brasil e as oportunidades mais relevantes identificadas para os entes federativos. O envolvimento dos estados será crucial para o fortalecimento da estratégia climática nacional e internacional, garantindo que as ações adotadas reflitam a diversidade e as necessidades de todas as regiões do país.