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*Olga Martins Wehb

Conforme matéria publicada pela Folha de São Paulo, uma pesquisa do Datafolha realizada entre os dias 17 e 22 de junho de 2024, com 2.457 entrevistados em 130 municípios brasileiros, revela como os brasileiros percebem as mudanças climáticas e suas expectativas em relação ao futuro ambiental. Os resultados não apenas destacam preocupações imediatas, mas também revelam um panorama sobre a confiança na capacidade de reverter os impactos ambientais.

Risco Imediato e Descrença na Reversão

Um dos resultados mais significativas é que 52% dos brasileiros consideram as mudanças climáticas como um risco imediato para a população global. Essa percepção contrasta com os 43% que acreditam que os impactos serão sentidos apenas por gerações futuras. Apenas 5% dos entrevistados negam a existência de qualquer risco associado à crise climática.

A despeito do reconhecimento do problema, a pesquisa revela um quadro de desesperança em relação à reversão dos impactos já causados. Alarmantes 58% dos entrevistados expressam dúvidas quanto à capacidade da humanidade de mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Esse sentimento é particularmente prevalente entre os brasileiros com ensino médio completo, atingindo 60%, enquanto 36% dos entrevistados com ensino superior mantêm esperança em ações efetivas de reversão.

Alta Disposição para Mudanças Individuais

Apesar da descrença generalizada, a pesquisa revela uma notável disposição dos brasileiros em adotar medidas individuais para combater o aquecimento global. Quase a totalidade dos entrevistados se mostrou favorável à substituição de lâmpadas por modelos mais eficientes (99%) e à redução do uso de plástico (94%). Medidas mais onerosas, como a instalação de painéis solares (89%) ou a compra de produtos com baixa emissão de carbono (74%), também receberam altos índices de aceitação.

Análise e Perspectivas Futuras

A pesquisa, realizada presencialmente com 2.457 pessoas de 16 anos ou mais em 130 municípios brasileiros, apresenta resultados consistentes, mostrando uma percepção quase unânime sobre a existência das mudanças climáticas, independentemente de gênero, nível de escolaridade ou faixa etária. Por exemplo, entre os mais jovens de 16 a 24 anos, a concordância alcança 100%.

A análise dos resultados indica que a percepção sobre a gravidade das mudanças climáticas está diretamente ligada ao nível educacional dos brasileiros, revelando um gap significativo entre diferentes estratos sociais. Especialistas como Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília, e Paulo Artaxo, da USP, apontam para a necessidade urgente de ações concretas por parte das indústrias e governos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A falta de iniciativas robustas pode não apenas aprofundar a desesperança da população, mas também comprometer o futuro ambiental e influenciar decisões políticas cruciais.

Considerações

Os resultados da pesquisa do Datafolha não apenas refletem uma crescente preocupação dos brasileiros com as mudanças climáticas, mas também indicam um caminho para mobilização e mudança. É crucial que governos, empresas e indivíduos assumam responsabilidades coletivas e implementem medidas eficazes para mitigar os impactos ambientais, limitar o aquecimento global e garantir um futuro com menos ameaças.

Portanto, é importante refletir e incentivar medidas urgentes relacionadas à eficiência energética, transição para uma economia verde de baixo carbono, fomentando novos negócios, promovendo inclusão social e sustentabilidade para assegurar um desenvolvimento seguro e sustentável neste século. O futuro é agora, e novos modelos devem ser repensados!

Para mais detalhes sobre a pesquisa, você pode acessar o artigo completo publicado pela Folha de São Paulo aqui: